SEM REVISÃO... são 1h40 e eu tô indo dormir, por isso perdoem meus erros...!
Ainda não se completou a primeira semana desde minha chegada em Angola mas já parece que estou aqui a um século... não digo isso nem como uma coisa boa nem como ruim... simplesmente parece...
Mas vamos começar a história do princípio...
Quando tomei a decisão de aceitar o trabalho em Angola, estava muito decidida mesmo, imediatamente pensei em todos os sapatos e garrafas de xampu que traria, não sei bem porque, essas forma as minhas maiores preocupações. O tempo passou a maioria das previdência forma tomadas até que na tarde da quarta-feira da semana passada fui informada que embarcaria no domingo. Como até então eu não tinha qualquer previsão de viagem não havia tomado as últimas providências, nem pensado em fazer as malas, o tempo que já era curto ficou ainda mais curto e eu que não queria me despedir dos amigos, mas queria encontrá-los antes de viajar, consegui ver apenas algumas pessoas... não sei se ajudou ou dificultou, o que posso dizer é que sair do Rio não foi tão fácil quanto eu imaginava que seria... e a chegada em Angola, tão pouco foi amistosa como eu gostaria.
O Aeroporto Internacional de Luanda me lembra o Aeroporto Internacional de El Calafate, com um pequeno detalhe, El Calafate é uma cidade de 8 mil habitantes que na alta temporada pode chegar a 20 mil habitantes... já Luanda tem 5 milhões de habitantes e, acredito, não deve variar muito pq não imagino o país tendo alta temporada e rios de turistas invadindo o aeroporto.... se isso acontecer o aeroporto implode.... Bom, de forma muito inteligente 3 vôos chegam na mesma hora, sendo 2 de Lisboa e 1 do Rio, não sei nem calcular quantas pessoas isso quer dizer..., resultado, trânsito para pousar, falta de ônibus para nos levar a aeronave ao terminal... uma multidão para passar pela Imigração, que funciona numa lentidão entediante, e depois, finalmente, a tão esperada esteira de bagagem, o pesadelo de todo o viajante... que em Luanda pode ser ainda pior... imagine 3 vôos chegando 2 esteiras rodando e nenhuma sinalização sobre que vôo girava em que esteira.... (fiquem a vontade para imaginar o caos...)
Por algum motivo que eu não sei explicar a minha bagagem sempre é a última do avião, mas achei que dessa vez havia mudado depois de uns vários-muitos minutos (não estava de relógio) rezando (atire a primeira pedra aquele que não recorre a instâncias superiores neste momento) surge 1 de minhas malas... Aleluia!!! Se uma saiu pela lógica logo a outra logo apareceria afinal, despachei as duas na mesma hora no mesmo guichê... É mas a lógica não funciona assim... milhares de outros minutos continuo eu esperando, o motorista da empresa já havia recolhido todas as caixas que o escritório havia enviado e ambos olhavamos tensos para o inicio da esteira. A esta altura só havia sobrado meia dúzia de gatos pingados e se você tentasse com muita força acho que conseguiria ouvir os pensamentos de "por favor faça com que minha mala não tenha sido roubada" eis que entre as últimas, nesse caso o papo de "as últimas serão as primeiras" não vale mesmo as últimas formas as últimas e pronto!!!!
Ai era hora de enfrentar um novo estresse, as tais caixas que o motorista havia se encarregado, a princípio, vieram como minha bagagem, resultado eu teria que justificar a chegada... nessa hora tive mais uma vez que apelar para instâncias superiores... eu não tinha montado nem mesmo visto montar as caixar, tinha uma lista que dizia o que em tese teria em cada caixa, e uma fé muito grande que nenhum traficante tivesse passado perto das caixas. Lá fui eu e o motorista, Eduardo, um jovem e gentil angolano, que tentava de todas as formas fazer com que não me preocupasse, para a sala de checagem da Alfândega checar o que havia nas caixas... Gostaria de lembrar que isso tudo não acontece na velocidade em que vc lê este texto, tudo acontecia de forma totalmente demorada de desorganizada, afinal, quem tinha pressa... só eu.... Foram abertas 7 das 9 caixas. Agora imagine a minha situação, chegar num país que você não conhece, e que da janela do avião já parece completamente diferente de tudo o que você já viu, e enfrentar uma alfândega que vc não tem noção de como funciona por conta de um material que não é seu...! Em resumo... um tormento! Horas depois um segundo motorista chegou para nos ajudar, parecia mais despachado e enturmado com a situação, mais ainda assim demorou.... resumindo avião pousou as 6h00 e eu só consegui colocar os pés fora do aeroporto 10h30. E essa altura já tinha pensado em sentar, chorar e pegar o vôo de volta para casa algumas milhares de vezes... aonde eu tinha me metido?! Se isso aconteceu no aeroporto imagina o meu dia dia... pensei....
O motorista que havia chegado depois foi quem me levou ao apartamento, eu estava tão cansada que mala consegui prestar atenção na cidade, da poucas coisa que percebi foram que a cidade tem toda cor de terra... policiais usam luvas brancas e mulheres andam com enormes bacias azuis sobre as cabeças e dentro delas os mais variados artigos (as que eu mais gostei foram as cheias de xampu e as cheias de chinelos (tipo havaianas)...
Cochilei... não sei por quanto tempo, acho que pouco...
De Angola |
Chegamos ao prédio, o motorista Sidrac (o Eduardo ficou no aeroporto desalfandegando as caixas) "santo Sidrac" carregou minhas malas escada acima.... se eu tivesse que carregar ia chorar MESMO!.... O prédio é novinho, a empresa é a primeira inquilina. É uma construção chinesa... Aprendi que quando se entra em um edifício e se sente nos banheiros o "aroma" de retorno vindo do ralo, pode ter certeza que se trata de uma construção chinesa... Já estou ficando craque nessa identificação! Se a isso se somar uma arquitetura estranha como salas e quatros enormes e banheiros e cozinhas minusculos ou corredores estreitos... "batata!"... Construção chinesa!... mas voltando... O prédio tem 2 andares, no primeiro, para sorte do Sidrac, ficam os apartamentos e no segundo os escritório... no inicio achei esquisito, pois no Rio prédio comercial e residencial juntos é desvalorizadíssimo, mas pelo que me disseram aqui é super normal. Fui bem recebida, mas logo descobri que estava faltando água e tudo o que eu queria aquela altura era tomar banho. Resolvi então subir ao escritório para conhecer o espaço, não tinha a menor condição de trabalhar... como o apartamento o escritório também é ótimo (fora o problema da falta d'água)!! Conheci a maioria do pessoal e voltei ao apartamento... entrei no quarto e me joguei na cama... não dormi, só chorei... liguei para casa uma voz familiar sempre faz bem... e fez! De repente veio o sono... Dormi... não sei bem quanto tempo, continuava sem relógio, saí do quarto e a menina com quem iria dividir o apartamento me falou que a água tinha voltado... Ela se chama Ana Raquel e foi ela quem me alimentou nos 3 primeiros dias de Angola. A Teresa, secretária do escritório tinha feito compras de belisquetes, iogurte e suco, mas comida comida mesmo não tinha então a Ana Raquel dividiu a dela comigo. Sentamos e almoçamos, depois fui tomar banho, finalmente!!! Já era tarde, eu estava cansada e decididamente não ia subir para trabalhar como eu acho que eles estavam esperando... "sorry"...
O dia seguinte começou e com ele o trabalho, sem novidades, trabalho é trabalho e escritório é escritório então nem deu para me sentir tão diferente... a manhã foi animada com várias ligações e e-mails do Brasil... trabalhar pra quê... o lance é mandar noticias para familia e amigos... trabalho mesmo oficial começou a tarde... e assim foi durante a semana.
Muitas das perguntas que vieram dos amigos foram: Como é a cidade? Como é o lugar que você está morando? Tem coisas em volta?
Considerando que eu estou morando no prédio que trabalho, não é estranho dizer que não coloquei o nariz na rua, por isso não pude responder as questões... só coloquei o pé na rua na quarta-feria a noite, para fazer compras.
O supermercado (que não lembro o nome) fica no Belas Shopping, que é o maior e mais moderno shopping de Luanda. É um supermercado como um Pão de Açúcar ou Sendas... fui meio apavorada com o quanto ia gastar mas no fim não foi tão pavoroso como esperava. Converti alguns valores e conclui que é bem parecido com o Rio... uma coisa ou outra um pouco mais caro. Apesar de já ser noite deu para ver um pouquinho aqui dos arredores, me lembrou muito a Barra da Tijuca, e considerando que tb não dá para sair a pé... é quase igual mesmo!
Ontem (quinta) de manhã pude ver um outro pedacinho... fomos a uma reunião em uma universidade aqui perto, mas ao invés de ir pela rua principal fomos pelas ruas de dentro, todas de terra e esburacadas, nunca imaginei que uma capital com ruas assim e não estou falando de ruas pequenas e sem movimento não, são ruas de verdade!!!! Só ai entendi porque só se vê carro grande por aqui... os nossos populares não sobreviveriam ao primeiro quarteirão...
Hoje é sexta já respondendo a pergunta de alguns, não fiz nada! Vi a novela (aqui tem Globo Internacional) e depois voltei para o computador... ia começar a trabalhar quando resolvi escrever esse texto....
Amanhã tem o "show da Amizade Brasil-Angola" com Xuxa e Luciano Huck... ganhei ingresso para a área VIP e mandei um Twitter para o Luciano Huck pedindo para ele mandar um oi para mim... hahahahaha será que vai dar certo!? hahahaha Irei para conferir... depois eu conto!!!
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