Não sou muito dada a números, sou mais de letras, deve ser coisa de família. lembro-me de minha mãe dizendo que não sabia fazer conta sem o auxílio de uma calculadora, e eu ainda nos tempos de escola ficava inconformada por não poder usar tão espetacular máquina nos meus trabalhos escolares. Era é época de inflação.
Engraçado como determinadas coisas fazem parte de nossas vidas e nem discutimos o porque… A inflação foi uma delas. Como milhares nasci no meio da hiperinflação, ela estava ali, todo dia, como o sol que nasce, como a mudança nas estações, como o sentido da vida, todos estão ai, cabe a cada um correr atrás de seus porquês. A inflação envolvia números, talvez por isso nunca tenha me preocupado com o porque de sua existência, ate que vim trabalhar em Angola… Nada sei sobre a história econômica de Angola, mas sei por experiência empírica que as atualmente rola uma relativa estabilidade, pelo menos o leite condensado, a coca light e o papel higiênico, não sofreram grandes alterações de valor desde que cheguei, ainda assim percebe-se uma micro inflação. Foi com base nessa pequena alteração de valor que outro dia surgiu uma conversa com um amigo português sobre minhas memórias de infância no tempo da inflação no Brasil.
Lembro-me perfeitamente de sair da escola e passar num mercadinho perto de casa, olhar o valor e calcular quanto de dinheiro teria que pedir aos meus pais para poder comprar a bala que eu queria no dia seguinte, eu não sabia na época, mas enquanto aprendia a somar e diminuir na escola, com o auxílio da base 10, a vida (ou a economia brasileira) me ensinava a calcular o aumento percentual de valor.


Pensando bem, o problema com números não deve ser coisa de família… meu irmão é matemático…

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